agosto 24, 2009

Fênix?

My Diary:

Ao longo do que se alcança a plenitute as palavras vão ficando mais escassas. Não por falta de sentimento, mas pela falta da dor que inspira a confissão.
Dia após dia, se choram poemas e solidão, mas para mim, não há como não falar daquele céu esverdeado que vejo ao abrir a janela em toda manhã de sábado, que exala de si uma quimera doce e refrescante, que me cega os olhos e preenche meus pulmões.
Impossivel não falar dos dias vazios, mas as horas plenas que tenho, de cor e suor, e cheiro de jasmin, seria um sacrilégio deixar subentendida.
E mais impossível ainda não falar dos lábios que me põem para dormir.



Poesia da Semana:

Victor Hugo
(Os Cantos do Crepúsculo)

Desde que eu meu lábio levei ao copo plenamente cheio, Desde que eu minhas mãos coloquei em minha fronte pálida,
Desde que eu respirei às vezes o sopro suave
De tua alma, perfume de tua sombra enterrada,
Desde que me era dado ouvir um ao outro me chamar
As palavras que se derramam no coração misterioso,
Desde que eu vi chorar , desde que eu vi sorrir
Sua boca em minha boca e seus olhos em meus olhos;
Desde que eu vi brilhar em minha cabeça encantada
Um raio de tua estrela, ai! sempre escondida,
Desde que eu vi desabar nas ondas de minha vida
Uma folha de rosa arrancou os teus dias,
Eu me coloco agora a contar os rápidos anos:
- Passam! Passam sempre! Eu não tenho mais a idade!
Vou partir para que tuas flores desbotem todas;
Eu tenho na alma uma flor que ninguém pode colher!
Suas asas batendo não farão que nada se derrame
Do vaso d’água que bebo e que eu bem enchi
Minha alma não tem mais fogo do que vós possuis em cinzas!
Meu coração não tem mais amor do que vós possuis esquecimento!

2 comentários:

Gabriel Ribeiro disse...

Afff Chora não. Essas coisas vão e vêm. De qqer forma, o texto é fantástico. Beijos. Gabriel.

mah disse...

Como sempre, escreve lindamente! uma poetisa nata! bjs