julho 21, 2009

Perdendo

My Diary:

Eu ando pelo mundo perdendo gente, chorando ao telefone, engolindo o sistema e acabando só. E só consigo ter um blog porque ele não lê, não pensa, não fala, não nada. Se não ia acabar o perdendo também.
Não agüento mais a minha sina de ser só e assim ser sempre. De perder quando acho que tenho tudo.
Não quero perder mais nada nem ninguém.

Maldito destino.
Quero uma vida boa.

E friso que perdi também a capacidade de escrever qualquer coisa. Falta-me só perder a lucidez.



Crônica da Semana:

Amigo Distante
(Albir José da Silva)

Há uns amigos com quem estamos sempre quites. Ou, quando estamos devendo, é por pouco tempo. Logo pagamos uma visita, um telefonema, um presente de aniversário. Caminhamos em paralelo, nunca nos afastamos ou nos chocamos com eles. Para esses ligamos no dia do amigo ou pedimos desculpas depois por não ter ligado. Com eles vamos às festas, aos bares, ao trabalho, à escola, ficamos tristes ou alegres conforme eles estejam.

Outros deixaram de ser amigos. Chocaram-se conosco. Desses dizemos que não eram realmente amigos, porque amigos não fazem isso. Que não mereciam nossa amizade. Que gastamos tempo e afeto com eles. Que não souberam honrar a amizade. A esses não procuramos e evitamos encontrar. Chegamos a prevenir outros amigos: - cuidado com ele. Como somos boas pessoas, não lhes queremos mal, mas não nos interessam mais. Não há o que contabilizar da amizade, a não ser algumas mágoas. Viramos a página e estamos em paz.

Mas há um terceiro tipo de amigo, com quem nunca nos chocamos, que também não caminha conosco. Não houve qualquer conflito, mas os passos se distanciaram por imposição do terreno e até hoje não entendemos direito o que aconteceu. Quando vimos que estávamos nos afastando, ainda acenamos como se já fôssemos nos encontrar, retomar as paralelas e continuar a vida. Fomos ficando distantes mesmo com planos de reaproximação. Não sentíamos tanto a ausência porque voltaríamos a andar lado a lado como sempre.

Os dias viraram meses e os meses, anos. A distância e o tempo foram aumentando e a vida nos empurrando por caminhos divergentes. Começou a ficar incômodo pensar naquele amigo. Uma culpa por não ter vencido as distâncias e os silêncios e resgatado a amizade que com certeza permanece intacta. Amizade de irmão eleito, que dividia o lanche e a casa; que emprestava a roupa e os pais. Amizade de saber que teria se o outro tivesse, ou que a falta não doeria tanto porque seria compartilhada. A vida separou. Ficou a nostalgia que insufla ternura no peito em que ficou um espaço. Espaço que tem dono. Volte ou não volte o amigo, o lugar está lá.

2 comentários:

Mah disse...

saudades dos seus "diarios", as vezes n tem jeito mesmo, dá vontade de se isolar, morar no alto de uma montanha e ficar lá, no frio e vendo só o branco da neve (pelo menos é assim q eu me sinto), mas depois passa, a neve derrete e a inspiração volta e a convivência fica mais fácil! só mais não! bjs

Juu;. disse...

Adoreeei o novo layout *-* Saudade de passar aqui... e eu de novo abandono o mundo blogueiro, mas é por muito pouco tempo ;D