My Diary:
Antigamente eu escrevia toda semana.
Mas isso era antigamente.
Na época em que as palavras não ficavam a um triz de fugir da minha boca e eu tinha a cabeça pouco menos ocupada do que está agora.
E sabe-se lá porque, apesar de não estar com os nervos à flor da pele e os sentimentos todos escapando pelos poros, àquela época me vinham coisas a escrever.
Quero ouvir, quero falar,quero sentir sabores e odores. Quero tantas coisas e tantas coisas distantes das minhas mãos.
E só o que eu penso é no quanto meus batimentos aceleram repentinamente. E o quanto são gostosos os meus suspiros inesperados.
Ao mesmo tempo que não me deixo cair, também não me deixo no chão. E é onde eu me perco. Mas porque se perder tem de ser necessariamente ruim?
É tudo tão confuso que minhas palavras perderam a coesão. Não estou apta a escrever. Não mesmo.
Muito menos a perceber o que estou pensando ou sentindo.
Acho que na verdade, estou estática. O mais estático que o meu corpo pode se manter.
Com os batimentos a 200 por minuto. Em repouso. Não quero saber como estão eles durante atividades físicas.
Não posso pensar na palavra "físicas" agora.
Ela me levaria a horas de escritos sem sentido...
Poesia da semana:
Panorama Além
(Cecília Meireles)
Não sei que tempo faz, nem se é noite ou se é dia.
Não sinto onde é que estou, nem se estou. Não sei de nada.
Nem de ódio, nem amor. Tédio? Melancolia.
-Existência parada. Existência acabada.
Nem se pode saber do que outrora existia.
A cegueira no olhar. Toda a noite calada
no ouvido. Presa a voz. Gesto vão. Boca fria.
A alma, um deserto branco: -o luar triste na geada...
Silêncio. Eternidade. Infinito. Segredo.
Onde, as almas irmãs? Onde, Deus? Que degredo!
Ninguém.... O ermo atrás do ermo: - é a paisagem daqui.
Tudo opaco... E sem luz... E sem treva... O ar absorto...
Tudo em paz... Tudo só... Tudo irreal... Tudo morto...
Por que foi que eu morri? Quando foi que eu morri?
Antigamente eu escrevia toda semana.
Mas isso era antigamente.
Na época em que as palavras não ficavam a um triz de fugir da minha boca e eu tinha a cabeça pouco menos ocupada do que está agora.
E sabe-se lá porque, apesar de não estar com os nervos à flor da pele e os sentimentos todos escapando pelos poros, àquela época me vinham coisas a escrever.
Quero ouvir, quero falar,quero sentir sabores e odores. Quero tantas coisas e tantas coisas distantes das minhas mãos.
E só o que eu penso é no quanto meus batimentos aceleram repentinamente. E o quanto são gostosos os meus suspiros inesperados.
Ao mesmo tempo que não me deixo cair, também não me deixo no chão. E é onde eu me perco. Mas porque se perder tem de ser necessariamente ruim?
É tudo tão confuso que minhas palavras perderam a coesão. Não estou apta a escrever. Não mesmo.
Muito menos a perceber o que estou pensando ou sentindo.
Acho que na verdade, estou estática. O mais estático que o meu corpo pode se manter.
Com os batimentos a 200 por minuto. Em repouso. Não quero saber como estão eles durante atividades físicas.
Não posso pensar na palavra "físicas" agora.
Ela me levaria a horas de escritos sem sentido...
Poesia da semana:
Panorama Além
(Cecília Meireles)
Não sei que tempo faz, nem se é noite ou se é dia.
Não sinto onde é que estou, nem se estou. Não sei de nada.
Nem de ódio, nem amor. Tédio? Melancolia.
-Existência parada. Existência acabada.
Nem se pode saber do que outrora existia.
A cegueira no olhar. Toda a noite calada
no ouvido. Presa a voz. Gesto vão. Boca fria.
A alma, um deserto branco: -o luar triste na geada...
Silêncio. Eternidade. Infinito. Segredo.
Onde, as almas irmãs? Onde, Deus? Que degredo!
Ninguém.... O ermo atrás do ermo: - é a paisagem daqui.
Tudo opaco... E sem luz... E sem treva... O ar absorto...
Tudo em paz... Tudo só... Tudo irreal... Tudo morto...
Por que foi que eu morri? Quando foi que eu morri?
3 comentários:
Que isso, como eu me esqueceria de você? Com os textos que me fazem refletir mais que qualquer outro texto! Ah, vacina contra o amor é puro placebo. Beijos querida:*
Você escreve bem até pra explicar porque não está escrevendo!
Concordo plenamente com a Natassja, como pode?? hahahha bjoos
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