junho 13, 2009

Aiai

My Diary:

Antigamente eu escrevia toda semana.
Mas isso era antigamente.
Na época em que as palavras não ficavam a um triz de fugir da minha boca e eu tinha a cabeça pouco menos ocupada do que está agora.
E sabe-se lá porque, apesar de não estar com os nervos à flor da pele e os sentimentos todos escapando pelos poros, àquela época me vinham coisas a escrever.



Quero ouvir, quero falar,quero sentir sabores e odores. Quero tantas coisas e tantas coisas distantes das minhas mãos.
E só o que eu penso é no quanto meus batimentos aceleram repentinamente. E o quanto são gostosos os meus suspiros inesperados.
Ao mesmo tempo que não me deixo cair, também não me deixo no chão. E é onde eu me perco. Mas porque se perder tem de ser necessariamente ruim?

É tudo tão confuso que minhas palavras perderam a coesão. Não estou apta a escrever. Não mesmo.
Muito menos a perceber o que estou pensando ou sentindo.
Acho que na verdade, estou estática. O mais estático que o meu corpo pode se manter.
Com os batimentos a 200 por minuto. Em repouso. Não quero saber como estão eles durante atividades físicas.
Não posso pensar na palavra "físicas" agora.
Ela me levaria a horas de escritos sem sentido...



Poesia da semana:

Panorama Além
(Cecília Meireles)

Não sei que tempo faz, nem se é noite ou se é dia.
Não sinto onde é que estou, nem se estou. Não sei de nada.
Nem de ódio, nem amor. Tédio? Melancolia.
-Existência parada. Existência acabada.

Nem se pode saber do que outrora existia.
A cegueira no olhar. Toda a noite calada
no ouvido. Presa a voz. Gesto vão. Boca fria.
A alma, um deserto branco: -o luar triste na geada...

Silêncio. Eternidade. Infinito. Segredo.
Onde, as almas irmãs? Onde, Deus? Que degredo!
Ninguém.... O ermo atrás do ermo: - é a paisagem daqui.

Tudo opaco... E sem luz... E sem treva... O ar absorto...
Tudo em paz... Tudo só... Tudo irreal... Tudo morto...
Por que foi que eu morri? Quando foi que eu morri?

3 comentários:

Juu;. disse...

Que isso, como eu me esqueceria de você? Com os textos que me fazem refletir mais que qualquer outro texto! Ah, vacina contra o amor é puro placebo. Beijos querida:*

Natassja disse...

Você escreve bem até pra explicar porque não está escrevendo!

Mah disse...

Concordo plenamente com a Natassja, como pode?? hahahha bjoos