dezembro 12, 2013

Aí eu me afogo num copo de cerveja

Ainda que os dias sigam e as horas sejam ocupadas. Ainda que as pessoas estejam levando suas vidas com suas obrigações, seu tempo apertado e controlado. Seus risos ocasionais. Seus burburinhos. Ainda que o vento sopre meu rosto e leve células, fios de cabelo, um cheiro de qualquer coisa e calor. E leve um pouco das memórias também. Ainda que tanta coisa aconteça ao mundo e à mim todos os dias. Ainda que muita coisa... Eu ainda estou esperando você vir me resgatar.
Porque foi embora contigo uma parte importante de mim. A parte que fazia sentido.
Sobrou tudo o que eu não entendo, por mais esforço que eu faça. Nem em mim, nem em volta, encontro qualquer evidência de razão.
Eu não entendo minha solidão, e minha vontade de solidão. Essa necessidade angustiante de estar só, para não ter certeza, ainda maior, da sua distância.
Não fazem sentido as lágrimas sempre iminentes. E pior, não há explicação para o sorriso sempre iminente. Nunca concluído. Nunca sorrido e nunca completo.
Toda a falta de razão para existir não faz sentido e, sobretudo, não faz sentido eu ainda estar aqui esperando você resgatar a minha ausência de mim e me mostrar que há algum significado nessa vida que eu não entendo.
Não faz sentido o quanto eu escapei de mim. Do meu corpo, do meu controle, do meu reconhecimento.

Eu ainda olho para porta e, sem querer, me vejo esperando a chave girar. É mais rápido do que meu raciocinar. Mas rápido do que minha percepção da impossibilidade. É aquele fio de pensamento que escapa mais rápido do que seu olhar. E acontece de eu me ver te esperando.

Um comentário:

Eglon Moura disse...

Aal izz well minha linda! Aal izz well!