agosto 15, 2011

Do veneno ingerido


Com as minhas mãos já muito calejadas e a palma aberta para o ar eu vou assistindo você se afastar aos poucos. Ou eu mesma me afastar. Ou nós dois.
Nessa hora é que eu começo a tomar consciência da escolha tomada e desejo que o movimento das minhas mãos traga você correndo para os meus braços e afago, porque no segundo que o incidente se deu, também deu em mim a certeza de que tudo está errado.
Mas não volto atrás, porque já tenho o corpo muito envenenado.
Aproveito o movimento das minhas mãos frente ao meu rosto para disfarçar as minhas lágrimas.

Adeus.



Poesia
(Do diálogo do fim da nossa vida)

Santa Chuva
(Marcelo Camelo)

Vai chover de novo, deu na TV
Que o povo já se cansou de tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui que reze ajuda de Deus
Mas nada pode fazer se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá que ta me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá
Meu coração vai se entregar à tempestade

Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu?
Me diz, foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?

Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem!

A chuva já passou por aqui, eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?

Que santo vai brigar por você?

Que povo aprova o que você fez?

Devolve aquela minha TV que eu vou de vez

Não há porque chorar por um amor que já morreu 

Deixa pra lá, eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade

2 comentários:

Mari disse...

vou parlar =D adorei! to só esperando o dia em que vc vai publicar um livro de poesias =D

obrigada pelos comentarios!

bjos

Anônimo disse...

Você é um doce! =)