fevereiro 04, 2015

Dos sonhos

Notei em mim a capacidade se estar sempre esperando por algo extraordinário que garanta que tudo, no final, vá acontecer direitinho como eu planejei. Eu acho nunca perco a fé naquilo que idealizei, mesmo que as circunstâncias tornem tudo improvável ou mesmo que nada tenha realmente acontecido.

Débil e obsessiva, não deixo minhas expectativas escaparem de mim e não permito que meus sonhos fujam ao meu controle, mesmo que esteja tudo bem, embora do avesso. É como se a felicidade, por si só, não bastasse. O importante é que vida - o sonho -  não pode perder seu rumo.

E eu idealizei um mundo cheio de planos que te incluía. Construí um universo cuidadosamente detalhado e não posso me deixar escapar dele.
Eu não deixo você fugir dos meus sonhos, mesmo estando, todos eles, em pedaços. Me tornei prisioneira da vida que inventei para nós.
Não há mais nada deste mundo inventado que esteja no lugar certo. Foi todo ele revirado, despedaçado. A fragilidade foi exposta e nada sobrou, mas parece que me agarrei aos cacos do amor que um dia tive e às vezes acredito que nada mais pode viver fora das grades dos meus planos frustrados.

Às vezes acho que se eu descobrisse um resquício em você, do sentimento que nunca sentiu, o agarraria e o costuraria aos cacos das memórias espalhadas pelo meu peito.
Eu te amei tanto e você me deixou ir embora.
Amei muito. Muito mesmo. Foi tanto, que as vezes assusta viver num mundo sem você nos planos. E eu acabo me escondendo naqueles dias de vida feliz que pensei que tivemos. E quase até acredito que todo o amor não acabou.

Eu sei que você não faz falta mais e eu sei que nunca realmente fiz falta pra você. Eu sei que as coisas estão melhores agora, mais límpidas. Mas te excluir do meu futuro me causa pavor e me traz muita saudade.

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