setembro 18, 2014

Prosa e Viola

Duas doses e eu já estou salva. Os maus espíritos se foram e levaram embora os maus conluios da minha mente. Com duas doses, apenas, fiquei abobada rindo das tramas que criei.
Rápido e fácil demais. As coisas tornam a ser boas, simples, cruas, como abrir uma janela.
Mas que cachaça...
Só duas doses da sua voz e eu voltei, de paraquedas para mim, e finquei os pés no solo fértil de novo. Consequência dessa mágica que você faz, e que não ensina o truque, de entrar na alma alheia, e caber tão perfeitinho. E da mesma forma, perfeitamente deixar que eu caiba em você.
Ao mesmo tempo que apaziguei minha cerne, agitei todos os meus faniquitos, e com mais uma dose, a noite virou lua cheia e eu já era parte humana, parte perdição. Com o mundo girando em torno das minhas e das suas graças. Perdendo sentidos. Ganhando sentidos. E terminando em risos.
Mais uma dose e eu vicio na graça que a vida ganha quando você está por perto, com esse cheiro de peça artesanal, feita com zelo.

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