julho 02, 2014

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Eu e você éramos uma espécie de erva daninha. Crescíamos espontânea e involuntariamente um no coração do outro e arrancávamos as flores que foram cuidadosamente cultivadas.
Não havia veneno nem remédio. Há um ditado que diz que "o que não tem remédio, remediado está". É mentira, nada estava remediado ou curado nem nunca estaria.
Nós nos machucávamos tanto, mas, de tanto amor que sentíamos, passamos a amar também as feridas que causávamos um no outro.
Eu não queria mais sentir esse amor e você queria me arrancar de dentro de si. Esse amor era um vício e,como os viciados, não conseguíamos nos livrar. Não havia clínica de reabilitação para amor doído.
Chorei durante semanas (ou meses, fiquei perdida no tempo) quando percebi que, embora esse amor fosse maior que eu, maior que você, maior até que nosso orgulho e vergonha na cara, eu já não te queria mais, mesmo sabendo que sua ausência me causaria dores terríveis e, provavelmente, um arrependimento eterno.
A verdade é que eu te amava, com todas as minhas forças (e fraquezas), mas não estava mais apaixonada por você.


Texto de Thatii Conde

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