abril 17, 2014

Do átimo de sobriedade


Se eu piscar os olhos me distraio e viajo, porque ficou o gosto da vontade não satisfeita.
A cada descuido de atenção volto meus pensamentos aos seus dedos entrelaçando os meus, como quem conta em segredo tudo o que o corpo sentia, e que os olhos confessariam - se se permitissem olhar. Não havia coragem para cruzar os olhares, mas cada roçar de dedos era sentir eriçar todos os pelos do corpo à espera da mão que não me tocou.

Me retenho lutando contra esse longo dia, mas se  me permitir piscar volto àquele momento, sentindo sua respiração quente soprando meu rosto quando seus lábios namoravam minhas têmporas. Minha pele pronta par reagir ao seu toque e o meu corpo inteiro se pôs pronto para receber o beijo que não aconteceu.
Só fazia sentir a pulsação forte e o pulmão inflando. Os músculos se contraindo e as pernas latejantes, desejando desesperadamente parar de brigar contra os próprios instintos. A mente quase se perdendo.

Se eu piscar volto àqueles minutos de embriaguez e escuridão. E me perco.
Se eu piscar, volta ao paladar esse sabor da vontade não saciada, atormentando a paz, à espera do beijo proibido. Vem sensação do sangue correndo muito quente e corando meu rosto.

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