dezembro 24, 2008

Toda à flor da pele

My Diary:

Dia incomum para escrever.
Mas está sendo um tanto difícil passar tanto tempo sem colocar pra fora as angústias que - por mais que eu tente esconder - existem em mim.
E já está na hora de assumir - não pra mim, porque eu já sei disso - que eu sou toda sentimento.
Que não sou pedra nem morta. Mas sou amor e intensidade em cada célula minha.
Que choro e me desespero. Que amo, e amo em demasia.
A verdade, é que em nada na minha vida, não vejo beleza e poesia.
Em tudo há amor e sofrimento. E sofrimento de amor.
E angústia. E dúvidas.
E medo.

Um medo de criança.
Que em mim eu tenho tanta meninice. E eu nem sabia que tinha tanta.
Eu cresci cedo demais.
Mas minha meninice ia aparecer em algum momento...
Se não a tivesse guardado, ela não teria aparecido em hora tão inoportuna.

Tem dias que eu não durmo bem. Que não como bem.
Eu só espero as horas passarem.
Espero que a noite chegue e chegue logo.
E quando ela acaba, eu torço para que a próxima noite chegue logo também.
Meu dias andam perdidos. E já sem importância.
Eu só quero que a noite chegue logo.
E quando ela chega, tudo em mim pára. E eu nem preciso fechar os olhos para ouvir a minha pulsação.

A verdade, é que tudo em mim é amor.
E eu nem sei por que finjo não ser assim.



Poesia da Semana:
Quis poesia de novo. O problema é todo meu.

(Pablo Neruda)

Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

2 comentários:

Natassia disse...

E quem disse que vc finge? Acho que todos veêm que você tem esse jeito dramático(no sentido literal da palavra) de ser. Eu gosto de pessoas assim, teatrais =)

Tuta disse...

Invejando o quanto eu sou viva ? Não tem nada mais vivo do que os sentimentos que você tem mostrado, morta sei que vc não está mesmo. É que eu tenho tido um tema único e bom de escrever. Vivo de verdade é aquele que enfrenta todos os sentimentos da mesma forma e com a mesma coragem, como vc anda feito.. Mais viva do que eu, tem sido vc. Beijos enormess !