janeiro 29, 2017

Cai o pano, de vez

Este blog nasceu em 2004, quando eu tinha 15 anos e o hospedava no Weblogger.
O universo virtual do período em que ele foi criado era absolutamente diverso do que conhecemos hoje, em que o que encontrávamos na blogosfera estava longe de ter o glamour (e o retorno financeiro) da atualidade.

Passeando entre vários hosts e códigos HTML ou XLM fui construindo gosto pela virtualidade, identidade na escrita, maturidade nas ideias, ganhando risos, divagações e amigos a distância. Aqui confessei aquilo que o coração adolescente não podia gritar em público, mas que era compartilhado com prazer entre desconhecidos conhecidos.

Aí aconteceu do tempo passar.  E eu cresci. E eu mudei. E isso não foi uma decisão: foi um processo.
Um processo longo e constante que trouxe como resultado a pessoa que está aqui. Agora, aos quase 30, está atrás desse texto uma pessoa que até se lembra daquela menina que transformou o blog no que ele é hoje, mas nem de longe se parece com ela.

E acompanhando essas mudanças de personalidade e realidade, esse blog foi também mudando e se remendando para se adequar a mim e para que eu pudesse caber nele. Mas enfim, chegamos a um ponto decisivo: não caibo mais aqui.

Então cheguei ao fim do "diário" virtual que se estendeu por 13 anos, com muito gosto e resistência.

E assim encerro este blog. Obrigada aos envolvidos.


novembro 25, 2016

Atravessar o tempo

A vida é como a onda que invade a praia, movida pelos ventos das marés. Sempre em movimento e jamais igual.

Viver é se manter movimento e se reconstruir constantemente. É imitar os grãos de areia que caminham eternamente pelo ar, construindo novas trilhas e moradas. É levar-se.

Vida é tempo e tempo é ação, atividade, fluxo. É o agente da transformação que garante a instabilidade, a evolução, o caos e a calmaria, que penetra as coisas físicas, e orienta o intangível. Tempo é movimento e o movimento nunca sessa nem pode parar: só se move aquilo que é vivo.

Tentar atravessar a vida permanecendo estático é como resistir a um vendaval: imprudente e ineficaz. Mais vale aceitar que tudo se transforma, se permitir render ao movimento eterno que tempo constrói e deixar as ondas da instabilidade imperarem novas formas de existir.

novembro 08, 2016

Querido diário

Gosto de olhar para a sua foto no Facebook e imaginar que a bolinha verde é um aviso de que você está me observando, com os dedos imóveis acima do teclado, levemente envergonhado, esperando o momento e as palavras ideais para me dar um oi. Assim como eu estava há cinco minuto atrás.

...

Apesar de ter um monte de palavras emboladas entre a cabeça, a garganta e a boca, esse texto vai acabar aqui. E nem é porque não deu para organizar essa coisa que eu estou sentido e não entendo, mas para eu poder mudar a aba do navegador e continuar te olhando em silêncio, corada e meio risonha.